Por que existe a ideia de que não precisamos mais continuar nosso autodesenvolvimento depois de obtermos uma graduação universitária ou atingirmos certo patamar no ensino tradicional?
Talvez isso se explique por que de forma geral, por um grande número de pessoas, o aprendizado e o autodesenvolvimento são entendidos como algo que a gente adquire somente nos bancos escolares em instituições de ensino convencionais nas quais passamos muito tempo, desde nossos primeiros anos da infância até a idade adulta.
Mas essa não é nem de longe toda a verdade. Principalmente nos tempos atuais em que a mudança é constante, e a informação se multiplica.
Obter grande quantidade de informação é inevitável pois somos influenciados pelo mundo ao redor, recebemos informações de diversas fontes, em nossas relações sociais e convívio, mas principalmente da mídia em geral, – e a Internet tem se destacado nesse sentido.
Portanto, de alguma forma e em algum sentido, absorvemos alguma informação, mesmo que parcialmente, e algo dessa informação acaba sendo assimilada, assim podemos dizer que por osmose. A não ser que alguém viva em uma espécie de redoma, em completo isolamento, dependendo exclusivamente do conhecimento adquirido por sua própria experiência e se limitando unicamente a isso. Caso contrário, como é o nosso caso, estará inevitavelmente sendo alvo da informação por todos os lados.
Nem toda informação recebida gera algum conhecimento significativo imediato, mas algumas informações podem despertar nosso interesse e curiosidade e nos estimular a pesquisar sobre o tema e estudar o assunto mais a fundo. A curiosidade é mãe da sabedoria, como diz o adágio. Talvez não da sabedoria propriamente, mas com certeza a curiosidade é mãe do conhecimento, e esse dará sustentação à sabedoria .
Despertar-se para áreas de conhecimento diversificadas contribuem para o autodesenvolvimento do indivíduo.
Por princípio o autodesenvolvimento deve ser contínuo e adquirir novas habilidades é fundamental em nossas carreiras profissionais, em nossos relacionamentos com parceiros, pais, avós, familiares e em nosso convívio social de forma geral.
O desejo do autodesenvolvimento contínuo é da própria natureza humana desde os tempos mais remotos, primeiramente a partir da necessidade da própria subsistência e sobrevivência, em que o ser humano se viu obrigado a desenvolver técnicas que permitissem vencer os desafios de um ambiente hostil. Acrescente a necessidade do convívio social, que além do autodesenvolvimento de cada indivíduo, contribuiu para que houvesse o progresso comunitário.
Nada aconteceria sem que houvesse a necessidade e o desejo de autopreservação que teve como consequência o autodesenvolvimento dos indivíduos. Pode-se dizer que de forma análoga que o mesmo se aplique à carreira de um profissional em seu campo de atuação.
Em um artigo de uma revista no final do século passado, portanto o final do milênio, alguns especialistas foram indagados pela revista sobre o que esperar do futuro no novo milênio. Foi marcante a opinião de um deles, (apesar de menos marcante o seu nome pois não me recordo, – lamento), em que traz suas expectativas para os profissionais do novo milênio.
Ele dizia que neste milênio haveria excesso de informações, – nada mais correto. Dizia também que o ser humano, cercado de tanta informação, no campo profissional precisaria ser multifacetado em termos de conhecimentos e capacidades e que dele seria exigido saber resolver problemas, lidar com pessoas e ter iniciativa empreendedora, ao mesmo tempo em que haveria uma necessidade de profissionais altamente especializados em áreas específicas.
Ambas as situações ocorrem. Existem os profissionais multifacetados e os altamente especializados. E mesmo os ditos especializados têm que adquirir algumas habilidades quanto ao relacionamento humano, autogerenciamento etc.
Em ambos os casos se comprova que todos são afetados pelas mudanças contínuas e precisam obter informações do seu mercado e campo de atuação tão logo essas mudanças ocorram, caso contrário ficam desatualizados em pouco tempo.
Qualquer um que chegue à conclusão de que não precisa adquirir mais conhecimento, demonstra uma mente fechada e nega a realidade. Mesmo que tenha concluído o curso superior há pouco tempo, tão logo inicie sua carreira descobrirá que para atuar no mercado, os conhecimentos adquiridos na universidade são somente a base e entenderá que o verdadeiro conhecimento vem da prática, da experiência, da convivência com profissionais mais experientes e da busca constante por atualização.
Para algumas pessoas pode ser difícil adaptar-se às mudanças constantes, principalmente às novidades tecnológicas que, de certa forma, nos fazem sentir que estamos a todo tempo desatualizados e que sempre está faltando alguma coisa.
A verdade é que ninguém sabe tudo o que há para saber assim como ninguém está completamente inteirado nem mesmo de tudo em sua área de atuação.
Felizmente não precisamos saber tudo, mas o fundamental é que saibamos utilizar bem o conhecimento e as habilidades adquiridas e somado a isso, fazer todo empenho para o autodesenvolvimento constante.
Uma boa estratégia a se aplicar poderia ser elaborar um programa individual de autodesenvolvimento contínuo e, no processo, fazer uma avaliação periódica realista das deficiências e necessidades de atualização e encontrar maneiras práticas de saná-las ou, pelo menos, atenuá-las.